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sábado, 31 de agosto de 2013

Desbravando Duna - Missão 001 (parte 12): Um acidente e uma decolagem

 
Ano 2 - Dia 18


Tony: "Aaargh!"
Ted: "Tony!?"
Tony: "Aaaaarrgh!!"
Ted: "Tony! Responda!"
Tony: "Aaaaaaarrrrgh!!!!"


Ted: "Tony, o que diabos aconteceu?"
Tony: "Aaargh... Eu caí! Escorreguei nessa maldita poeira vermelha que cobria os degraus!"
Ted: "O traje espacial está intacto. Você se machucou?"
Tony: "Meu braço... Acho que quebrei meu braço..."
Ted: "Calma, vou te ajudar a levantar e a voltar para o módulo."
Tony: "Não, eu quero me despedir de Duna! Foi pra isso que saí, para dar uma última olhada no planeta antes da decolagem."


Ted: "Ok, vamos lá. Com cuidado. Aí está, pode se despedir."
Tony: "Tchau, Duna. Ai! Ai! Te vejo de novo um dia!"


Tony: "Ai, ai, ai!"
Ted: "Não precisa desse escândalo todo, Tony. Dá pra subir uma escada com um braço só nessa gravidade."


Basílio: "NKI Hiperbólica falando! Espero que estejam prontos para voltar!"
Ted: "Eu estou, mas o Tony teve um pequeno acidente. Coloquei uma tipóia nele, mas é melhor marcar uma consulta com a doutora Olívia."
Basílio: "Tenho certeza que a doutora arranja um espaço na agenda pra uma emergência."


Ted: "Tudo pronto aí atrás, Tony?"
Tony: "Cintos afivelados e saquinho pra enjôo à mão. Vá com calma, eu não quero vomitar todos aqueles analgésicos que você me deu."


Ted: "3, 2 1... Hiperbólica, o Marrento I está a caminho!"


Ted: "Ganhando altitude rapidamente... Começando virada gravitacional em 5, 4, 3..."


Basílio: "Ted, sua trajetória está dentro do planejado. As leituras dizem aqui que você conseguirá encontrar a nave com um bocado de combustível sobrando."


Ted: "Tudo correndo bem por aqui. A nossa preocupação com a poeira afetando a performance do módulo era infundada, pelo visto!"


Ted: "Ok, agora é só costear até o apoapse, e queimar para completar a órbita. Ei, Tony, olha só que bela vista de Ike. É uma pena mesmo que a missão não inclua uma visitinha à lua de Duna..."


Ted: "Acelerando para atingir velocidade orbital!"


Ted: "Hiperbólica, Marrento I se aproximando. Como é bom revê-los!"


Basílio: "Igualmente, Ted! Pelo que vejo aqui o Marrento I anda precisando de uma visita ao lava a jato."
Ted: "Com certeza, mas nós vamos ter que abandonar o módulo aqui. A próxima missão é que vai ter que se preocupar com a sujeira."


Ted: "Basílio, vou atracar o Marrento I em uma das portas da Hiperbólica, ao invés de no tanque. Quero diminuir a distância que o Tony vai precisar atravessar em AEV."


Basílio: "Porta aberta, mas o espaço é curto. Cuidado para não bater a corcunda do Marrento no habitat."


Ted: "Atracagem concluída. Sei que é contra o protocolo, mas vou acompanhar o Tony na AEV, por segurança. Alguém vai ter que buscar as amostras de solo no Marrento depois."
Tony: "Eu estou bem, Ted. Não se preocupe! Sabe, eu andei pensando aqui... até agora conseguimos gastar bem menos combustível do que originalmente planejado, principalmente com a aerofrenagem na atmosfera. Preciso que alguém faça os cálculos pra confirmar, mas acho que se enchermos os tanques do módulo dá pra fazer uma visitinha até Ike. O que acha?"


Ted: "Acho fantástico, Ted. Mas com esse braço você sabe que não poderá ir nessa viagem, né?"
Tony: "É, eu sei. Por isso acho que você devia ir. O segundo kerbrasileiro no espaço. Segundo a pisar em Mun. Segundo em Duna. Ted, essa é a sua chance de ser o primeiro!"

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Desbravando Duna - Missão 001 (parte 11): Um pequeno interlúdio


Ano 2 - Dia 17


A hora de voltar para a Hiperbólica se aproxima, o que para os dois kerbonautas a bordo do Marrento I é uma coisa boa, já que eles ficaram meio enjoados do deserto vermelho de Duna depois de quatro dias. Em preparação para a viagem de volta, Teodorico veste o seu traje espacial e sai para reempacotar os paraquedas e fazer a inspeção do módulo de pouso.


Como é um trabalho braçal, sobrou para o Teodorico, já que o milionário Tony não apenas é o comandante da missão como também é quem financia toda a bagaça.


A última parte é uma checagem dos motores, pra ver se não ficaram entupidos com a areia vermelha local, que parece capaz de entrar em toda pare, inclusive dentro da cueca através do traje espacial selado.


Terminada a tarefa, Teodorico pode voltar para a sua caminha no interior do módulo e descansar até a partida, na manhã seguinte. Bom, como não tem mais nada de interessante acontecendo na missão em Duna, vamos dar uma olhada no que o pessoal anda aprontando no centro espacial.


A única novidade recente em Kerbin foi o presente que um filantropo local deu ao Juca Kerreira, pela sua atuação heróica durante a emergência com o Doninha I. Esse benfeitor, no caso, é um amigo de longa data do bilionário Hermann Kering, cuja vida foi salva por Juca, e resolveu presentear o piloto com uma relíquia da sua coleção: um autêntico Sabiá I.


Juca não perdeu tempo e já saiu pilotando o seu novo brinquedo. O Sabiá I é um avião de importância histórica, já que se trata da primeira aeronave de fabricação kerbrasileira. A única peça que não foi feita no Kerbrasil foi o motor.


Claro que não é um avião espacial. O teto do Sabiá I é de menos de 10 mil metros de altitude, e sua velocidade máxima também não é muito alta, mas o avião é fácil e gostoso de pilotar.


Como não havia lugar para guardar a peça de museu no centro espacial, o doutor Kerbraga sugeriu que Juca o deixasse em um dos hangares da pista de pouso da ilha próxima, que também pertence ao centro.


Assim, Juca aproveitou para usufruir de uma bela tarde de domingo sobre o oceano.


Pouco tempo depois, ele pousou suavemente na pista secundária do centro, e começou a taxiar o avião rumo a um hangar vazio.


Juca estacionou seu presente com todo o cuidado do mundo, e admirou as linhas suaves do antigo avião ao descer da cabine. Foi só aí que lhe ocorreu o pensamento: "como é que vou fazer para voltar para o centro espacial?"

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Desbravando Duna - Missão 001 (parte 10): Uma caminhada no deserto vermelho


Ano 2 - Dia 15


Outra longa noite se passa na superfície de Duna. Tony e Teodorico descansam nas apertadas acomodações do Marrento I, mas logo chegará o dia e eles poderão esticar um pouco as perninhas.


Kerbol nasce, distante e alaranjado, sobre o horizonte desértico de Duna. Assim que a NKI Hiperbólica aparecer também no horizonte, e as comunicações com Kerbin voltarem a ser estabelecidas, nossos intrépidos exploradores sairão para mais um dia de, bem, exploração.


No mapa infográfico tridimensional de última geração vocês podem conferir a posição da nave em relação ao módulo de pouso. Tudo está no lugar. A aventura pode recomeçar.


Tony e Teodorico vestem seus trajes espaciais e descem as escadas do módulo de pouso. A tarefa de hoje é estudar as formações geológicas na região em torno do Marrento I, procurando por indícios de presença de água no passado remoto do planeta.


Os dois começam a caminhada. Rapidamente Tony se adianta e se distancia do colega menos atlético. Ao que parece, o milionário sempre gostou de correr, e manteve o costume dos exercícios matinais dando trezentas voltas por dia no habitat em forma de rosquinha da nave, durante a viagem.


Logo eles chegam à primeira rocha. Nenhum dos dois entende nada de geologia, e muito menos de Dunologia, mas os capacetes têm câmeras que transmitem tudo para Ariana Kerlemos, a bordo da Hiperbólica. A cientista orienta e diz a eles que sinais devem procurar.


Os dois continuam a subida. O Marrento I pousou em uma área plana cercada por colinas, e para todos os lados o caminho é meio íngreme. A baixa gravidade é enganosa, porque dá a sensação de que a caminhada é leve, mas é cansativa por causa do peso do equipamento espacial.


A dupla chega ao topo da colina, para conferir a vista. Eles não podem prosseguir mais, porque o protocolo da missão exige que permaneçam dentro do alcance do retransmissor do módulo de pouso, o que quer dizer que não podem se afastar mais do que 2,2 km do Marrento I.


Tony e Teodorico apreciam a vista. O milionário acha tudo o máximo, mas o outro kerbonauta está desapontado por ter andado tanto pra ver uma vista que é essencialmente a mesma da que teria da janela do módulo.


Hora de voltar. Mais uma vez, Ted fica para trás e corre para tentar alcançar o destemido líder da missão.


Meia hora depois a dupla chega no módulo de pouso, onde poderão descansar, tomar um banho de esponja e comer um café da manhã reidratado. Existe vida em Duna, pensa Ted, mas ela é bem dura.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Desbravando Duna - Missão 001 (parte 9): O segundo kerbrasileiro em Duna

 

Ano 2 - Dia 14


É o segundo dia da missão na superfície de Duna, e os kerbonautas se preparam para uma nova excursão no deserto avermelhado. O protocolo da missão diz que eles só podem deixar o módulo de pouso quando estiverem ao alcance da NKI Hiperbólica, pois na ausência de um satélite de comunicações, só a nave pode retransmitir as mensagens da superfície até Kerbin.


O primeiro a descer é Teodorico, colocando pela primeira vez os pés em Duna. É um momento emocionante para o kerbonauta, que também foi o segundo kerbrasileiro a pisar em Mun.


Ele pede a Tony que tire uma foto ao lado da bandeira para guardar de recordação.


Vejam como ficou a foto. Teodorico não é lá muito fotogênico, não é?


Em seguida os dois kerbonautas recolhem algumas amostras do solo. A cientista da missão, Ariana, irá analisar todas as amostras assim que forem levadas para a Hiperbólica.


Antes de voltar para o módulo, Teodorico propõe que eles realizem o "experimento Severino", em homenagem ao colega estacionado na base de Minmus.


O "experimento" é simples: basta ver o quão alto conseguem pular na gravidade local. Não é muito alto, se comparado com Minmus ou até mesmo Mun, mas bateria alguns recordes em Kerbin.