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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Colonização Jooliana - Missão 001 (parte 2): Após a longa jornada

 
Ano 2 - Dia 92


Enquanto os cientistas e engenheiros do centro espacial investigam as causas da explosão do Porretão, eis que uma das mais longas missões do programa chega a outro nível. A nave "Missão Jool I" finalmente entra na esfera de influência do gigante gasoso verde.


Em preparação para a manobra de aerofrenagem, a sonda faz as últimas manobras de correção de curso. O periapse de sua trajetória precisa estar na altitude certa, ou a sonda corre o risco de cair no planeta, que não é o alvo da missão.


Conforme se aproxima de Jool, a sonda retrai os painéis solares.


Logo ela mergulha na armosfera Jooliana. A princípio não vemos nenhum efeito, a não ser a perda gradual de velocidade.


Mas no ponto mais baixo da trajetória o atrito é violento, e seria fatal para a sonda não fosse o seu escudo de calor.


Após alguns minutos a nave deixa novamente a atmosfera Jooliana. Os cientistas calcularam corretamente, e ela não caiu no planeta.


Já completamente fora da atmosfera, os painéis solares são novamente abertos.


E no ponto mais alto da sua nova órbita ao redor de Jool, a sonda queima combustível para elevar o periapse e impedir uma nova entrada na atmosfera.


Isso porque o alvo da missão é a lua Laythe, e não Jool.


Ao final da manobra, podemos ver a órbita da Missão Jool I em azul turquesa, contrastando com o verde limão da órbita de Laythe. Os projetistas não poderiam desejar um resultado melhor. Em apenas mais três voltas ao redor de Jool, Laythe estará na posição perfeita para interceptação.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Operação Pasárgada - Missão 014: Um estranho acontecimento


Ano 2 - Dia 65


É hora de mais uma troca de turno entre a tripulação da estação espacial Pasárgada. O Avexado IV faz o seu vôo de estréia, carregando Juca Kerreira, Tom Kersouza e o médico Dorival Kerviana.


O vôo até o espaço ocorre sem incidentes. O primeiro estágio se separa, em órbita, e prepara-se para retornar a Kerbin.


O primeiro estágio pousa a alguns km do centro espacial, onde poderá ser reaproveitado.


Tudo ocorre como previsto. O Avexado IV chega a Pasárgada, e logo em seguida o seu "gêmeo", o Avexado III, desacopla com Reinaldo Kersouza, Tom Kerbatista e Aristides Keralves a bordo.


O trio pousa em segurança no centro espacial, e a missão termina sem nenhum incidente. Nada de estranho de fato aconteceu nesta missão, mas isso não quer dizer que tudo era rotina naquele dia...


Enquanto o pessoal se ocupava da troca de turno em Pasárgada, os habitantes de Arcádia continuavam trabalhando na extração de ketano.


Com Severino Kerreira controlando remotamente, o Porretão se preparava para descer em Minmus e buscar mais combustível para o reservatório orbital, quando algo muito esquisito aconteceu.


Um dos tanques laterais simplesmente explodiu!


A nave-robô perdeu momentaneamente o controle e caiu cambaleando em direção à superfície.


Severino tentou recuperar o controle, mas um dos motores nucleares havia sido danificado e a nave não conseguiu se equilibrar usando apenas um foguete.


No fim das contas, o Porretão acabou se espatifando no Mar da Abundância, a planície de sal na superfície de Minmus, e foi completamente destruído. O centro espacial abriu uma sindicância para descobrir as causas do acidente, e acredita-se que pode ter sido um impacto com um micro-meteoro que causou a explosão.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Desbravando Duna - Missão 001 (parte 16): De Ike a Duna

 
Ano 2 - Dia 46


Desde a morte de Ariana em Ike, a tripulação da NKI Hiperbólica permaneceu em um estado de baixo astral e preocupação com a situação de Teodorico, o tripulante restante do Marrento I. Psicólogos do centro espacial foram colocados em contato com o módulo de pouso em Ike, mas o pequeno delay das mensagens atrapalhava as conversas.


Foi preciso que se passassem alguns dias para que Ted despertasse do estupor e depressão causados pela tragédia. Ficou decidido que o retorno para a órbita de Duna seria antecipado, e que a última excursão extra-veicular de Ted em Ike seria para a realização da inspeção de rotina.


Na superfície cinzenta e depressiva de Ike, Ted não consegue deixar de se sentir extraordinariamente sozinho. Basta olhar para o leste e duas coisas o lembram de sua situação: o Monte Ariana relembra a perda de sua colega, e a imagem de Duna sobre o horizonte o recorda da distância que o separa dos seres vivos mais próximos.


Mas Ted segura as pontas e começa a inspeção, checando se os motores do Marrento I estão em condições para a viagem de volta.


Em seguida ele verifica a integridade do casco.


E por fim passa alguns minutos sentado no teto do módulo, em um último adeus silencioso a Ariana Kerlemos, perdida em Ike.


Por fim, Ted retorna ao módulo e decola rumo ao espaço.


O Marrento I acelera para atingir a órbita ao redor de Ike, e pouco depois realiza a inserção orbital em direção a Duna.


Felizmente a viagem entre Ike e Duna é mais curta do que uma viagem entre Mün e Kerbin, e a solidão de Ted tem hora para acabar.


Apesar de tudo, o kerbonauta não tem como não deixar de se maravilhar com a visão do planeta vermelho crescendo na janela de observação.


Algumas horas depois é feita a frenagem para reduzir o apoapse e circularizar a órbita do Marrento I.


Mais algumas manobras e o módulo de pouso finalmente se encontra com a nave-mãe.


Ted estaciona o Marrento I no tanque dianteiro da Hiperbólica. Esse tanque, um modelo semelhante ao Posto Minmus I, ficará em órbita de Duna, podendo ser reutilizado, juntamente com o módulo de pouso, em missões posteriores.


Ted deixa a cabine do Marrento e volta a se reunir com os colegas na nave interplanetária.


Mas ainda levará várias semanas para que a janela de transferência entre Duna e Kerbin se abra, e a Hiperbólica possa retornar para casa. Até lá, a tripulação terá de conviver com a lembrança constante da colega perdida, na forma de uma lua escura no céu.

domingo, 8 de setembro de 2013

Desbravando Duna - Missão 001 (parte 15): Tragédia em Ike


 Ano 2 - Dia 41


Analisando em retrospecto, é difícil saber onde as coisas começaram a dar errado. Talvez tenha sido um erro escolher Ariana como tripulante da missão. Talvez até não tenha sido uma ideia muito boa vir até Ike. O fato é que o desastre aconteceu, e que seria apenas o primeiro de uma série a afligir o programa espacial kerbrasileiro.


Começou naquele dia.

Ariana: "Estou pronta!"
Teodorico: "Tudo certo, Ariana. Lembre-se de ficar dentro do perímetro de segurança. Não se distancie mais do que 2,2 km do módulo!"


Ariana: "Ok, eu te ouvi das primeiras dez vezes! Só vou recolher algumas amostras mais distantes, não há com o que se preocupar." 


Ariana: "Estou de olho naquela elevação a leste daqui, quase na reta de Duna no horizonte. Parece uma formação geológica muito interessante! Acho que não tem problema se ultrapassar um pouco o perímetro, certo? Desde que fique acima do horizonte, ainda dá pra manter o contato pelo rádio."
Teodorico: "Não sei se é uma boa ideia, Ariana... Mas tome cuidado. As distâncias nos pregam peças em um mundo diferente do que estamos acostumados, e aquele pico pode estar mais longe do que parece. Fique de olho no combustível da mochila a jato, e se cair a menos de 50%, dê meia volta imediatamente!"


Ariana: "Ufa, demorou um pouco mais do que pensei... Ted, você me ouve?"
Teodorico: "Muito baixo, Ariana. A transmissão está fraca. Qual a sua posição?"
Ariana: "Deixe-me ver... Hum, você tinha razão quanto à distância... Estou a 8,7 km do Marrento I.!
Teodorico: "Ariana! Isso é loucura! Você disse que ó ultrapassaria um pouco o perímetro!"


Ariana: "Ah, bom... Mas valeu a pena! A vista daqui é fantastica, Ted. Você devia ver!"
Teodorico: "Me diga pelo menos que cuidou do combustível!"
Ariana: "Ah... Hum... Acho que me distraí um pouco. Deixa eu checar os níveis... Bom, ainda tenho pouco mais do que 30%"
Teodorico: "Ariana!"


Ariana: "Não esquenta, Ted... Vou gastar menos combustível na descida, não é mesmo? Na pior das hipóteses, vou ter que voltar uma parte do caminho andando. Mas já que estou aqui, aproveito para marcar essa ocasião com uma lembrancinha do pessoal lá de Kerbin."


Ariana: "Hora de voltar. Não disse que seria tranquilo? Só preciso gastar alguns jatos para permanecer a uma distância segura do solo durante a descida, e deixo que a gravidade faça o trabalho."


Ariana: "Hum... Ted, eu não quero que você fique preocupado, mas acho que fiz alguns erros de cálculo! Estou ganhando muita velocidade aqui, e o tanque já está a menos de 5%. Vou gastar o resto para reduzir e pousar... Aaaaahh!! Acho que não vai ser o suficiente, Ted! Ainda estou caindo muito depressa! Muito depressa!"
 


Ariana: "Aaaaaahh! Aaa..."


De acordo com a telemetria da nave, Ariana ainda estava se deslocando muito depressa quando se chocou com o solo. Naquela velocidade, não poderia ter sobrevivido. Os tripulantes da Hiperbólica ficaram muito abalados com o acidente, mas ninguém sentiu mais a perda do que Teodorico, que estava agora sozinho a um mundo de distância da companhia mais próxima.

As regras internacionais para nomeação dizem que um lugar só pode ser batizado por um kerbonauta que nele pisou, mas como Ariana não chegou a escolher um nome para a sua montanha, a tripulação decidiu chamá-la, em sua homenagem, de "Monte Ariana". A encosta íngreme do monte seria para sempre o lugar de descanso da corajosa e descuidada exploradora, já que Teodorico não obteve autorização para deixar o perímetro de segurança e recuperar seus restos mortais.